quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Como promover o engajamento cívico da Juventude em pleno 12 de Agosto?

Hoje quando acordei sabia que era o dia 12 de Agosto, mas, não é um simples dia do mês de Agosto, não é (mais) uma quarta-feira em que sai o Jornal Canal de Moçambique, não é  (mais) um dia de trabalho, de faculdade ou mesmo de fazer uma publicação no Facebook.

Hoje sim, é dia Internacional da Juventude, cujo lema é "Juventude & Engajamento Cívico". A história sobre esta data começou numa resolução, onde a ONU endossou a recomendação saída da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, realizada em Lisboa (Portugal), de 8 a 12 de Agosto de 1998, que declarou o dia 12 de Agosto como Dia Internacional da Juventude.

O lema deste ano – “Engajamento cívico da juventude” – enfatiza o papel desempenhado pelo envolvimento e pela inclusão dos jovens na construção da coesão social e do bem-estar colectivo.
De empreendedores sociais a jornalistas, de trabalhadores voluntários a membros de organizações comunitárias, os jovens contribuem para moldar a sociedade de forma a conduzi-la à renovação política, cultural e económica.

O engajamento cívico dos jovens começa pelo reconhecimento de que eles compõem um grupo social distinto, com características e expectativas específicas. O engajamento cívico é uma forma de explorar esse potencial para enriquecer a sociedade, avançar com os direitos humanos e possibilitar melhores condições de vidas para todos.

A Juventude constitui maioria em África, e em Moçambique em particular, uma maioria quantitativa que faz da Juventude um sinónimo de poder em qualquer parte do mundo e como jovens é preciso percebermos que as mudanças que aconteceram e que vão acontecer no mundo dependeram e vão depender da nossa capacidade como jovens de pensar e fazer a diferença e não de um simples lema que nos atribuem todos os anos.

Não cabe na minha cabeça que a Juventude seja marginalizada ou se marginalize em busca de sobrevivência num país que tem na Juventude o seu grande capital. O que temos que perceber é que não existirá nenhum governo que vai ao trono se não tiver na Juventude o seu grande aliado.

Para o caso de Moçambique:
    1. Temos visto em processos eleitorais a Juventude como protagonista principal, em particular nas campanhas, mas, temos que nos perguntar até que ponto chamamos a isso de envolvimento sério da Juventude? Uma juventude que só é usada para empunhar camisetes, bonés e capulanas e gritar “VIVAS”? 
    2. Vivemos num país em que as organizações juvenis vivem num clima de tensão e inveja pelo trabalho que realizam, não existem acções de sinergias em prol das causas da Juventude. Cada um faz o seu trabalho no seu canto, sempre na perspectiva de mostrar que o outro não faz melhor que eu, ou ele é alinhado com fulano e/ou sicrano;
    3. É a Juventude que se ressente das exigências arbitrárias da experiência profissional de 2,3,4,5 ou mais anos para ingressar ao mercado de emprego após o Ensino Superior;
    4. É a mesma Juventude que continua a "coabitar" com os eus progenitores durante muitos anos por falta de habitação própria pelas múltiplas razões que conhecemos;
Mediante isto, cabe-nos reflectir dia e noite, como ser jovem em pleno 12 de Agosto, reconhecendo que as preocupações que trago não se enceram nestas apenas, mas, creio que sejam os grandes males da Juventude moçambicana actualmente.

Urge a necessidade de nós como jovens fazer valer o ditado de Che Guevara que diz: "Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética", pois, não vai adiantar em nada reclamar e exigir se não formos ousados e proactivos. Os governos não se compadecem com uma juventude apática e silenciosa, pois, eles gostam de manietar e usar essa Juventude, mas, temos que dizer não à instrumentalização da Juventude. A cidadania da Juventude não pode ser comprada com nenhum dinheiro dos políticos, porque, eles te vão usar para um propósito e depois descartar.

Veja a análise extensiva sobre este tema aqui.

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