quinta-feira, 9 de maio de 2013

Viver “da” e “para” a política


O que suscita a publicação liga-se a aquilo que é o perfil dos políticos que tem se vindo a desenhar no cenário político moçambicano aliado a forma de fazer política tendo como fim último o benefício meramente individual.
    Max Weber fez a distinção de dois perfís de políticos, os que vivem da política e outros que vive para política. O político que vive da política não possui recursos materiais para a sua subsistência para além dos recursos providos da própria actividade política. Sua actuação pública se confunde com uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de classes, mas também pela conquista de meios de conseguir renda, o que de alguma forma prejudica a capacidade de distanciamento para a análise racional dos problemas de seu quotidiano enquanto profissional da política, e por sua vez o político que vive para a política representaria o tipo ideal no âmbito de atributos do político vocacionado, pois sua independência diante da remuneração própria da actividade política significa, também, uma independência de seus objectivos no decorrer da vida pública. Sua conduta pode estar voltada para a busca de prestígio, honra, ideais, ou até mesmo do “poder pelo poder”, mas não tomaria como prioridade a busca por recompensas financeiras em decorrência da profissão política, pois já disporia de recursos materiais suficientes.
Estes perfis encontram-se estreitamente ligados a questão da vocação que deve ser um elemento primordial para o exercício desta actividade, mas é com alguma insatisfação que alguns políticos moçambicanos usam a política como o “trampolim” social e económico e como forma de manter o seu “status quo” numa sociedade onde se precisam políticos capazes de olhar para as massas do que para si próprios e esquecendo-se que é a custa das massas que os mesmos “vivem da política e não para política”.

Aliado a este aspecto surge também à questão do poder e da ética que tal com Max Weber afirma: “... a função avassaladora do Poder, e a procura incontrolada pelo prazer em ter, é tido como compulsão em fazer aquilo que fere a conduta moral e a própria condição ética”,  o poder é fundamental para a conquista de um patamar, mas, a ética que é o princípio fundamental para o exercício de qualquer acção em prol da sociedade.

Contudo, gostava de ressalvar que o facto de viver da política pode também ser interpretado como um jogo de interesses, onde diversos actores aliados a uma máquina politica fazem das suas para “dar nas vistas” e dessa forma ver a sua hegemonia mais ressalvada e desta forma, cabe ao caro leitor identificar a real capa dos nossos políticos, será que eles vivem “da” ou “para” a política?

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