domingo, 17 de dezembro de 2017

Entre exonerações e nomeações de Ministros, o que há no meio?


Uma das questões que sempre me coloco sobre as movimentações no Governo é tentar perceber se existe (ou não) algum perfil para se ser Ministro? Parece uma pergunta simples, mas a resposta se mostra cada vez mais complicada a obter depois da última mexida no nosso xadrez governativo.

Aliás, afinal o que é um Ministro e qual é a sua função? Para mim esse devia ser o ponto de partida, sobretudo num país onde o Presidente da República dispõe de poderes ‘’ultra excessivos’’ para nomear e exonerar quem quer que seja. Se ontem pensávamos ser primordial pertencer ao órgão máximo do partido no poder (Comissão Política) para ocupar certos cargos, parece que essa lógica ficou ''em xeque'' depois do que vimos.

Outro elemento que me parece crucial no debate é perceber o que significa na essência ‘’confiança política’’? Digo isto porque recordo do discurso de 15 de Janeiro de 2015, quando o Presidente da República dizia: ‘’(...) Queremos dirigentes que escutem os outros, mesmo quando a opinião desses outros, não lhe for favorável. Exigirei do meu governo os valores do humanismo, humildade, honestidade, integridade, transparência e tolerância.’’. Se formos a aplicar este trecho discursivo, será que esses elementos estão presentes no actual Governo? Que tipo de governantes temos hoje? Não será a confiança política uma forma de perpetuar a incompetência governativa, acomodação (política) ou mesmo agradecimento (político)?

Aliás, penso que enquanto não existir uma explicação mínima que seja para justificar a movimentação de membros de Governo, a especulação e o julgamento público continuarão a ser presentes no debate público nacional. Pedir para que as pessoas não questionem as razões de se nomear/exonerar algum membro do Governo é contrariar o próprio Chefe de Estado que defendeu no seu discurso de tomada de posse o seguinte: ‘’(...) Quero que todos os moçambicanos sejam capazes de se fazer ouvir independentemente de pertencer ou não a um partido. Essa é a ideia profunda de inclusão que começa na cidadania plena de cada moçambicano e no respeito pela pluralidade e diversidade de opiniões.’’

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