quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sobre as dívidas ilegais, os moçambicanos (também) precisam saber!

Desde o despoletar das dívidas ilegais, Moçambique conhece momentos difíceis na sua economia, o que agrava de forma directa o bem-estar dos cidadãos. Entre os relatórios da Kroll e da Comissão Parlamentar de Inquérito, pouco se sabe o que está em falta para o que este caso conheça o seu desfecho, mesmo que esta seja uma das maiores exigências por parte dos financiadores da ajuda externa de Moçambique. Recentemente, o Presidente da República, Filipe Nyusi, esteve em Londres para a reunião máxima da Commonwealth e abordou o caso das dívidas ilegais, tendo afirmando que mais do que culpabilizar o Estado moçambicano, há necessidade da partilha das responsabilidades.

A declaração do Chefe de Estado surge na mesma semana em que nos Estados Unidos da América iniciam as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que contam com a participação da delegação de Moçambique encabeçada pelo Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane. Colocado o cenário acima, espanta-me a forma como o Governo de Moçambique insiste em lidar com o caso das dívidas ilegais escolhendo ‘’actores externos’’ em detrimento dos internos. Ou seja, a discussão ao mais alto nível sobre a dívida que sufoca o povo moçambicano é tida fora do espaço nacional diante daqueles que um dia foram chamados de ‘’patrões’’ dos dirigentes.