quarta-feira, 18 de março de 2015

Um olhar sobre a retirada das sucatas na via pública pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo

Arrancou na última sexta-feira (13), a recolha de sucatas ou viaturas abandonadas na via pública e noutros espaços inadequados na cidade de Maputo, uma acção que o Conselho Municipal vinha prometendo realizar há dois anos.

A recolha devia ter arrancado no ano passado, mas o município decidiu adiar a implementação da mesma ao mesmo tempo que realizava acções de sensibilização, dando a oportunidade aos donos para serem eles próprios a darem destino às sucatas assim como às viaturas avariadas e abandonadas na via pública. O adiamento se deveu ainda a questões de espaço para a arrumação dos carros a recolher.A recolha de sucatas ou viaturas abandonadas tem por objectivo aliviar a via pública, uma vez que a sua permanência nestes locais choca com a postura camarária, no entender das autoridades municipais.
Além de ferir a postura, os carros e carcaças obstruem a via pública e reduzem a capacidade de mobilidade e de estacionamento dos veículos, perturbando ainda mais a vida dos automobilistas e de peões na capital.
A remoção destas sucatas representa segundo o objectivo acima apresentado uma boa acção, contudo, há que olhar para alguns aspectos que deviam merecer mais cautela por parte do Município, dado que o Conselho Municipal adjudicou o trabalho a um operador privado e o trabalho ocorre de forma que desgasta alguns munícipes nesses primeiros dias.

Primeiro, o trabalho tem sido realizado em algumas vias movimentadas e em períodos impróprios onde as movimentações dos homens e das máquinas obstruem algumas vias em que se criam grandes congestionamentos nas estradas da Cidade de Maputo que logo a partida já se sabe que é difícil circular sobre elas.
Segundo, as sucatas ou viaturas abandonadas que são retiradas desses locais abrem espaço para que os passeios fiquem habitados por ''novas sucatas'' que no lugar de estacionar as suas viaturas em lugares próprios, tomam de assalto aqueles lugares como novos parques, ou seja, elimina-se um problema e cria-se outro, onde o munícipe é o maior prejudicado por não ter a mobilidade adequada, mas, é uma atitude negativa dos automobilistas, sob alegação da falta de parques para o efeito.

Por fim, há aqui uma vertente econónima desta acção, no lugar do Município destruir as sucatas abandonadas o que cria mais despesas ao próprio Município, pode-se recorrer aos especialistas em sucatas, ou seja, sabemos que a Cidade de Maputo possui vários parques que armazenam ou reaproveitam as sucatas para outros fins, e sendo este um material reciclável pode-se aventar essa possibilidade, pois, para além de aliviar o Município, torna-se numa fonte de rendimento para aqueles que trabalham com esse material no dia a dia.

Congratula-se esta acção como foi referido no início deste artigo, mas, há alguns aspectos que como Munícipe se aconselham para que se tomem com algum rigor.
E, mais não disse.

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