segunda-feira, 21 de março de 2016

Quando a saia vira desculpa para o nosso fracasso!

Depois dos celulares, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano continua a dar nas vistas e nos últimos dias não se falou em outra coisa a não ser a polémica das ditas "max-saias".

Quando vi a notícia veio-me um espanto porque não conseguia perceber os reais fins para que se adoptou tal decisão.

Percebe-se que nem as pessoas que defendem ou estão contra conseguem trazer argumentos bastantes sobre tal medida porque o assunto está a ter uma gestão deficiente de comunicação por parte do Ministério.

Pela forma como a medida foi anunciada corre o risco de ser mais uma medida “cavalo branco” que não vai resolver os profundos problemas da nossa educação.
O Ministro referiu que a medida surge como resposta a proposta do pais e encarregados de educação e dos Conselhos de Direcção das Escolas Secundárias com vista a promover a integridade e postura das raparigas.

Não há uma relação directa comprovada/evidenciada entre saias curtas e baixo aproveitamento, qualidade de educação outro elemento qualquer, embora perceba que cada instituição precisa de normas que regem a sua convivência.

Não podemos tentar justificar maus comportamentos de algumas raparigas com a questão da saia, mesmo com calças ou tais "max-saias" se elas forem mal comportadas irão continuar. Esquecemos que não são só as alunas que fazem parte do processo, mas os professores também. O que se vai pedir as professoras que usam saias/batas curtas?

Não vimos nenhum estudo de base ou inquérito feito para adoptar tal medida na Cidade de Maputo, por isso digo que essa é uma decepcionante desculpa para fugir do problema, sem contar que interfere na vida privada dos estudantes e surge numa altura em que os estudantes já tinham encomendado seus uniformes.

Dito isto, convenhamos que as saias são uma gota no oceano, o problema é muito mais profundo. Por fim, o essencial passa por alargar o debate e se instituir um padrão único para o tamanho das saias trazendo elementos que se baseiam nas regras da "boa indumentária".

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