Para quem se interessa um pouco
pela política externa ou particularmente por notícias internacionais deverá ter
se apercebido que o dia 22 de Março não foi um dia normal para Europa.
Tal como sucedeu na França em Novembro de
2015, dessa vez foi a Bélgica -centro da Europa- a sofrer um dos mais violentos
e sangrentos ataques terroristas.
A minha percepção sobre estes
fenómenos que assolam a Europa fundamentam-se em duas questões centrais:
MEDIA
MEDIA
A media (TV, jornais e portais de
notícia) funciona como um vector principal para difusão de informação, seja ela
boa ou má. Nesse caso concreto encontramos uma media que de forma ampla cobriu os ataques como se de um fim de mundo se
tratasse (aqui depois surgem os patriotas da comparação entre Europa e África).
Na verdade a media pode ser um mal
para os próprios atentados, na medida que passa uma sensação de terror e isso
pode dar mais força aos atacantes quando eles conseguem ver (pela TV
ou jornal) que lograram seus intentos e abanaram a Europa.
E mais, a comparação que muitas
vezes se faz sobre as razões de se dar primazia aos ataques na Europa que só
matam 5-30 pessoas e não olhar para Nigéria (por exemplo) que chegam a morrer
300 pessoas em ataques similares tem que ver com o poder -capacidade e
influência económica/política- que esse país exerce sobre o mundo.
De que vale uma imprensa cobrir
um ataque de um país que em nada conta para a geopolítica mundial? Mas, temos
aqui outro lado que é sentimental e da vida humana, quem olha por isto?
(FALTA) ESTRATÉGIA DE LUTA
O segundo ponto alia-se a (falta)
estratégia que a Europa adopta sempre que surge um ataque. É sempre a mesma: uma reacção de combate, ódio e vilipêndio como quem diz que é passível se
encontrar "alguém que sai de casa bem arrumado e com bombas no corpo para
explodir na rua".
Mentira, isso nunca será possível se a Europa
não traçar medidas que no lugar de repelir e atacar na mesma moeda deve adoptar
medidas que pautem pelo bom senso.
Há quem diz que pelo terrorismo
deve-se responder da mesma maneira, não e não. A Europa deve lembrar que foi
ela mesma com seu aliado dos Estados Unidos da América que criou essa tensão
toda, seja na Síria, Iraque ou em África e que agora quer se livrar de forma
santa?
Não defendo o terrorismo, mas penso
que é uma barbárie sem dó nem piedade, e é preciso nestas alturas não agir
com emoção.
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