terça-feira, 14 de julho de 2015

O P de Plágio

Desta vez não irei abordar o "P" de Povo de Patrício Langa, mas sim, o "P" de Plágio. Este escrito surge após ter lido um estudo feito pelo investigador Peter E. Coughlin (IESE) e que recentemente publicado aqui neste blog.

No mesmo estudo, o plágio é definido sob perspectiva de vários autores, mas, vale destacar a definição de que plágio (...) é apresentar como suas palavras, ideias, dados, obras de arte ou designs de outra pessoa – a não ser que sejam consideradas conhecimento geral – sem indicar o verdadeiro autor.

O cancro sobre o plágio é alimentado pelos dois eixos que fazem a academia, o docente e o estudante. Vou só dar um exemplo de algumas coisas que passei durante a minha licenciatura na UEM e que considero que contribui para os plágios:
a) Os docentes poucas vezes se interessam pela qualidade dos trabalhos, e as correcções que fazem são apenas para atribuir notas, por exemplo, eu até ao segundo ano elaborava hipóteses sem saber de onde surgiam, metodologia era um mero formalismo, sem falar do modelo de análise para os trabalhos em grupo ou individuais;

b) As ditas disciplinas de Metodologias em Investigação de Ciências Sociais não passam de cadeiras que ensinam a fazer resumos atrás de resumos;

c) A cadeira do 4º ano sobre Seminário de Pesquisa era o momento que sempre reservamos como se fosse uma borla, nada se fazia, nada acontecia;

d) Os exames de estado são a escapatória para alguns estudantes que são incapazes de fazer uma monografia e/ou tese; servem de escoamento de estudantes da Universidade ou mesmo para aqueles que não tem tempo para fazer uma monografia;

e) Os mesmos exames de estado promovem a preguiça e a falta de cultura pela investigação, debate e crítica;

f) Os docentes turbos nas aulas, também são turbos na supervisão de Trabalhos de Fim de Curso, ou seja, há docentes que chegam até ao ponto de supervisionar 10 estudantes da mesma turma;

g) Ao contrário destes, há alguns docentes que pegam o trabalho de um estudante para supervisionar e nunca dão seguimento pessoal e só encontraram-se no dia da defesa;

h) Multiplicam-se tabacarias e barracas que aceitam a elaboração de Trabalhos de Fim de Curso com direito a publicidade;

i) Alguns dos nossos docentes não inspiram os Estudantes, não escrevem nada, não tem blogues de debate, não participam em fóruns académicos, são "DOUTORES" apenas;

j) O Estudante universitário nunca leu/comprou um livro durante o seu percurso na academia, mas sim, partes do livro que foram tiradas de forma obrigatória daquela ficha para a aula para fazer ficha de leitura ou só para fazer parte da aula.

Assim, eu pergunto, como erradicar o plágio?

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