Não precisaria fazer esta publicação hoje só porque o Presidente da
República esteve na Assembleia da República a apresentar o seu informe,
pois, o meu Estado Geral da Nação tenho estado a o fazer através das
minhas publicações diárias quando escrevo alguns pensamentos sobre como
vai o país aqui no blogue.
Antes, achei caricato o
funcionamento do gabinete de comunicação da AR que nos provou o facto de
até ontem alguns deputados não souberem da comunicação oficial sobre o
evento de hoje e nem constava na agenda que eles receberem e que me foi
enviada por alguns deputados na tarde de ontem.
Contudo, como não
deixa de ser, penso que é importante trazer aqui o meu ponto de vista
depois do que ouvimos hoje vindo do nosso Presidente, falo-ei em três
momentos onde irei destacar o que gostei de ouvir e o que não gostei, e
por fim as minhas sugestões:
O QUE GOSTEI DE OUVIR:
1. O Presidente por reiteradas vezes disse que tinha noção de que o Estado da Nação não era do seu agrado;
2. Filipe Nyusi voltou a reiterar a sua abertura em dialogar com o líder da Renamo;
3. O Presidente decidiu indultar 1000 cidadãos detidos que tenham
cumprido metade da pena ou em estado de saúde crítico/terminal;
4. Nyusi considera que o país não vai desenvolver com as acções únicas do governo, se não houver trabalho colectivo;
5. O Presidente considerou a juventude como o motor principal do desenvolvimento do país hoje e amanhã;
6. O Presidente referiu que a governação não se faz com discursos e proclamações, mas sim, acções.
O QUE NÃO GOSTEI DE OUVIR:
a) O Presidente da República voltou a fazer o mesmo discurso do
Ministro da Economia e Finanças sobre as causas da nossa crise
económica, ou seja, disse o que já sabíamos;
b) O Presidente não
foi capaz de falar dos cofres vazios que ele encontrou quando chegou ao
governo e que estão a ditar todo esse cenário negro, muito menos dos
seus culpados;
c) O Presidente da República fala de inclusão na
governação quando no seu governo não se vislumbra isso em termos
práticos, se não, membros do seu partido a vários níveis de governação;
d) O Presidente da República falou de tais 213.000 empregos criados na
maioria para a Juventude, mas, desconhecemos de que Juventude está a
falar;
e) O Presidente da República fugiu de forma deliberada ao caso EMATUM;
f) O Presidente da República tentou nos ludibriar sobre a questão da
migração digital ao não assumir o despreparo do governo e falou da
montagem do primeiro emissor de TV digital que nem um mês tem;
g)
O Presidente da República voltou a falar de um diálogo com a Renamo que
não prática só está no discurso e no cerco ao líder da oposição;
h) A Presidente da AR, Verónica Macamo, usou a sua capa partidária e foi a ela a
dizer em plena plenária que o informe tinha sido "precioso e exaustivo".
Antes de falar das minhas sugestões, queria apenas referir que não
condeno a retirada da Bancada da Renamo em sede da AR, pois, acharia
estranho um partido que diz que não concorda com o processo eleitoral
que teve lugar a 15/10/14 estar a ouvir quem eles não elegerem ou não
querem que lá esteja.
Contudo, estranho ainda é como esses deputados continuam lá na AR fruto de um processo que não concordam.
SUGESTÕES:
I) Que se proceda a uma revisão constitucional com vista a alterar a
forma como o informe é dado hoje, pois, grande parte do mesmo não passa de mais uma leitura de números;
II) Que o Presidente comece a governar de forma veloz, porque em 2016 não queremos mais arranques, mas sim, acelerações;
III) Que os deputados parem de uma vez por todas a aplaudirem tudo o que ouvem e cumpram o seu papel pelo qual foram eleitos.
Leia AQUI o
informe na íntegra.
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