quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O "meu" Estado Geral da Nação!

Não precisaria fazer esta publicação hoje só porque o Presidente da República esteve na Assembleia da República a apresentar o seu informe, pois, o meu Estado Geral da Nação tenho estado a o fazer através das minhas publicações diárias quando escrevo alguns pensamentos sobre como vai o país aqui no blogue.

Antes, achei caricato o funcionamento do gabinete de comunicação da AR que nos provou o facto de até ontem alguns deputados não souberem da comunicação oficial sobre o evento de hoje e nem constava na agenda que eles receberem e que me foi enviada por alguns deputados na tarde de ontem.

Contudo, como não deixa de ser, penso que é importante trazer aqui o meu ponto de vista depois do que ouvimos hoje vindo do nosso Presidente, falo-ei em três momentos onde irei destacar o que gostei de ouvir e o que não gostei, e por fim as minhas sugestões:

O QUE GOSTEI DE OUVIR:

1. O Presidente por reiteradas vezes disse que tinha noção de que o Estado da Nação não era do seu agrado;

2. Filipe Nyusi voltou a reiterar a sua abertura em dialogar com o líder da Renamo;

3. O Presidente decidiu indultar 1000 cidadãos detidos que tenham cumprido metade da pena ou em estado de saúde crítico/terminal;

4. Nyusi considera que o país não vai desenvolver com as acções únicas do governo, se não houver trabalho colectivo;

5. O Presidente considerou a juventude como o motor principal do desenvolvimento do país hoje e amanhã;

6. O Presidente referiu que a governação não se faz com discursos e proclamações, mas sim, acções.

O QUE NÃO GOSTEI DE OUVIR:

a) O Presidente da República voltou a fazer o mesmo discurso do Ministro da Economia e Finanças sobre as causas da nossa crise económica, ou seja, disse o que já sabíamos;

b) O Presidente não foi capaz de falar dos cofres vazios que ele encontrou quando chegou ao governo e que estão a ditar todo esse cenário negro, muito menos dos seus culpados;

c) O Presidente da República fala de inclusão na governação quando no seu governo não se vislumbra isso em termos práticos, se não, membros do seu partido a vários níveis de governação;

d) O Presidente da República falou de tais 213.000 empregos criados na maioria para a Juventude, mas, desconhecemos de que Juventude está a falar;

e) O Presidente da República fugiu de forma deliberada ao caso EMATUM;

f) O Presidente da República tentou nos ludibriar sobre a questão da migração digital ao não assumir o despreparo do governo e falou da montagem do primeiro emissor de TV digital que nem um mês tem;

g) O Presidente da República voltou a falar de um diálogo com a Renamo que não prática só está no discurso e no cerco ao líder da oposição;

h) A Presidente da AR, Verónica Macamo, usou a sua capa partidária e foi a ela a dizer em plena plenária que o informe tinha sido "precioso e exaustivo".

Antes de falar das minhas sugestões, queria apenas referir que não condeno a retirada da Bancada da Renamo em sede da AR, pois, acharia estranho um partido que diz que não concorda com o processo eleitoral que teve lugar a 15/10/14 estar a ouvir quem eles não elegerem ou não querem que lá esteja. 

Contudo, estranho ainda é como esses deputados continuam lá na AR fruto de um processo que não concordam.

SUGESTÕES:

I) Que se proceda a uma revisão constitucional com vista a alterar a forma como o informe é dado hoje, pois, grande parte do mesmo não passa de mais uma leitura de números;

II) Que o Presidente comece a governar de forma veloz, porque em 2016 não queremos mais arranques, mas sim, acelerações;

III) Que os deputados parem de uma vez por todas a aplaudirem tudo o que ouvem e cumpram o seu papel pelo qual foram eleitos.

Leia AQUI o informe na íntegra.

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