segunda-feira, 18 de abril de 2016

6 ilações sobre o início do "impeachment" da Dilma no Brasil


Quando o relógio marcava 4 horas da manhã em Moçambique, aconteceu o que já se previa,a votação a favor da destituição da Presidente Dilma pela Câmara dos Deputados, com os seguintes números: 367 votos a favor, 137 votos contra, 7 abstenções, 2 ausências de um total de 513 deputados.

Que ilações a tirar disto?

1. Crise de representatividade - poder do voto

Embora a Dilma não esteja ainda destituída (falta a decisão final do Senado), o actual cenário prova-nos que a representatividade por meio do voto está em crise nas actuais democracias. Ganhar pelo voto nada representa, pior num cenário em que a margem mínima da vitória foi de 51% contra 49%.

2. Fim das políticas sociais?

Foram 13 anos de Governação do Partido dos Trabalhadores (PT) com a instituição de muitas políticas sociais - direccionadas para os pobres que agora não se sabe qual será o seu destino. A actual elite é vista com sendo contra ao desenvolvimento e a favor dos pequenos ricos no Brasil.

3. Crise na CPLP

Temos muito a aprender como país se partimos do pressuposto que o Brasil é um dos membros mais influentes de uma comunidade onde Moçambique é parte. Ou seja, a saída da Dilma neste momento nos coloca a pensar como é que este órgão que já se encontra no marasmo poderá encarrar o actual cenário. Sem contar que o mesmo Brasil é membro do BRICS, um bloco composto por países que influenciam na forma de estar economicamente de Moçambique.

4. Corrupção

Embora a Dilma não esteja implicada directamente no processo "Lava Jato", as suas ligações com membros do PT tidos como corruptos enfraquece sobremaneira a sua imagem, sem contar com o erro estratégico que tinha cometido de nomear o seu "padrinho" Lula da Silva para ministro. Porém, alguns dos apoiantes da destituição da Dilma estão implicados com casos de corrupção.

5. Legitimidade de Michel Temer

Embora alguns falem em "Golpe Democrático", devemos olhar para isto como o exercício da democracia e cumprimento de um preceito jurídico. Porém, isto coloca outro dilema para quem se segue na Presidência. Michel Temer pode sofrer de igual forma da crise de legitimidade e aceitação pública, visto que chega ao poder sem ter participado de um escrutínio popular.

6. Mediatização

Foi incrível como acompanhamos o processo através da televisão e Internet. O Brasil provou ao mundo a sua capacidade midiática de "entreter" as pessoas, sem contar que vários órgãos de comunicação também trabalharam de forma conspiratória contra e outros a favor do impeachment.

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