segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Será só o 'El Niño' o culpado da seca na zona sul do país?

Esta parece uma pergunta engraçada porque estamos a falar de um fenómeno natural que (de princípio) não tem a mão do homem, mas, se torna pertinente fazê-la numa altura em que assistimos de forma permanente reportagens de relato de seca na zona sul do país.

Foi com um grande choque que assisti a reportagem da STV no programa “Grande Plano” [n.d.r. 17/01/2016] mostrando os danos que a seca está a causar na província de Maputo.
De que a província de Maputo era propensa a seca já sabíamos, porém, desta vez as coisas atingiram um nível alarmante.

Mas, que fenómeno é este?

"El Niño" e "La Niña" são duas partes do ciclo "Oscilação Sul-El Niño". A cada ano, acontece um ou outro. Em termos gerais, "El Niño" é caracterizado pelas temperaturas altas na superfície dos mares no Pacífico tropical, enquanto "La Niña" é caracterizada pelo frio.

Como funciona?

A grosso modo, trata-se de um ciclo anual que, em alguns anos, é pouco sentido. A mudança da temperatura na superfície do mar interage com a atmosfera sobre o Oceano Pacífico e, em uma temporada extrema, verifica-se o que os cientistas chamam de "evento".

De três a sete anos, acontece um pico: quando quantidade suficiente de água quente – em um "El Niño" – se concentra no leste do Pacífico.

Em 2016, a probabilidade do El Niño persistir até Março é muito alta. No trimestre centrado em Março, a probabilidade ainda é de 90%. A probabilidade de continuidade do El Niño tem uma queda mais acentuada a partir do trimestre centrado em Maio.

Deixando o “El Niño” de lado podemos referir que nós (seres humanos) temos grande culpa nisto a contar com o que vimos acontecer na gestão do solo naquela zona, onde os arreios criaram barreiras para a circulação de água do Rio Limpopo o que configura um crime ambiental grave.

E mais, até hoje não vimos um plano de contingência (curto – médio – longo prazos) por parte do governo por forma a salvar aquelas pessoas, a única coisa que assistimos foi a contradição de números de gado perecido por parte da Vice Ministra da Agricultura e Segurança Alimentar e os próprios produtores.

O conselho de que o gado deve ser pastado onde existe água não basta, pois, não se pode dar o que não existe.

PS: Hoje o problema do ambiente é mundial e já não se trata de um assunto de segundo plano, é o nosso futuro que está em jogo, são as nossas gerações que ficarão com sonhos hipotecados se não cuidarmos do nosso planeta hoje e não haverá nenhum COP 21 que vai mudar isto, se não nós.

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