terça-feira, 1 de julho de 2014

Um olhar as quatro manobras do conflito político-militar em Moçambique


O que me move neste artigo já foi demasiadas vezes referenciado em fóruns diversos, a questão do conflito político-militar que se vive no país e mais concretamente zona Centro continua a ser uma grande tônica de preocupação de muitos moçambicanos.
Decorrido mais de um ano que se escalou o conflito, ventos das pombas da paz estão cada vez mais longe de pousar na Zona Centro do país.

Estamos perante um cenário anormal de conflito em Moçambique onde encontramos quatro esferas que se destacam neste cenário de “guerra” não declarada. Encontramos numa primeira esfera as delegações do Governo e da Renamo que se reúnem todas as segundas-feiras  para discutir e procurar soluções para a Paz, contudo, volvidas rondas variadas não se vislumbrou nenhum sucesso.

Outra vertente desse conflito é a troca de palavras e procura de protagonismo que se verifica entre o Presidente da República e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. De um lado, o presidente da República referiu e voltou recentemente a fazê-lo dizendo que ele está aberto a Paz, está aberto a receber o líder da Renamo, mas este é que se escapa, e a última decisão depende do mesmo. Contudo, de outro lado já ouvimos reiteradas vezes Afonso Dhlakama dizer que o maior culpado deste cenário é o Presidente da República e ele está disposto a encontrar-se com o presidente da República, embora imponha condicionalismos.
Outra manobra do conflito são as bancadas parlamentares dos dois partidos que convivem juntos na chamada casa do povo, discutido e aprovando leis como se nada estivesse a acontecer no país. Surgem apenas em discursos a deplorar o conflito, mas nunca moveram atitudes tendentes a mostrar grande preocupação em resolver o conflito.

Em última instância temos a ala mais triste deste conflito, os homens armados da Renamo e o Exercito Governamental nas usas diferentes forças. Dia após dias registam-se nos últimos dias conflitos sem trégua que ceifam moçambicanos civis que em nada tem a ver com esse conflito, os transportadores andam a conta gotas, o comércio naquela zona não existe.

O mais agravante de todo este cenário é que estamos num ano eleitoral e com o calendário de eleições já em curso. Portanto, os dois maiores partidos, nomeadamente Frelimo e Renamo já estão na caravana das eleições onde estão em época de escolha de candidatos à deputados e pré-campanha, contudo custa-me acreditar que os líderes desses dois partidos não consigam até a esta altura chegar há um consenso prático. Nós queremos eleições sem violência!

É hora de sair do discurso, parar de procurar o protagonismo e culpados e ir para acções concretas urgentes porque enquanto os nossos políticos ensaiam em terminar com o conflito, vidas se perdem no troço da morte.

Mais não disse!

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