quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um diálogo de vaivém

Muitos comentários podem ser feitos em torno desse diálogo que já vai na sua décima segunda ronda, tem surgido novidades a cada ronda umas de relevância e outras nem por isso. Não pretendo neste artigo discutir as agendas do diálogo que assistimos a cada segunda-feira, mas sim trazer alguns pontos que tem merecido a minha análise e por vezes me tem criado algumas duvidas e incertezas desde que estas rondas começaram.
O primeiro aspecto tem a ver com as diferentes designações que tem se atribuído a estas rondas, onde alguns analistas e até órgãos de comunicação social ousam em chamar de diálogo político entre o Governo e a RENAMO e outros as chamam de negociações entre o Governo e a RENAMO. Eu percebo em relação a este ponto que se estamos numa ronda a dialogar ou a negociar o fim desejável é o alcance de pontos de equilíbrio, e está claro que o fim último dessas rondas é o alcance de consensos entre as delegações.
O segundo ponto que gostava aqui de partilhar é a estratégia de comunicação que estas duas delegações adoptam no fim de cada ronda, tenho notado que o que cada uma tem feito é procura de um protagonismo a nível da mídia, pois cada uma das delegações aparece em público a defender os seus pontos e por vezes a acusar-se entre elas de não estar a facilitar o processo, e isto não minha opinião coloca o processo num retrocesso pois vemos um diálogo a ser feito na base da comunicação social e o povo por via disso faz os seus julgamentos por vezes populistas que beneficiam um em detrimento do outro.

O último ponto que gostava de aqui trazer é relativo às actas desse diálogo, umas já assinadas e outras pendentes. Foi com algum agrado que acompanhei os avanços que se alcançaram na décima primeira ronda e a assinatura de algumas actas que permaneciam divergentes já na décima segunda ronda mesmo sem avanços notórios se não as actas. O facto é que o diálogo está a girar somente em torno das actas, ou seja, um diálogo que de avanço tem a assinatura de actas não podemos estar seguros dos seus breves resultados.
São pontos que levanto que penso que mereciam uma análise, mas é meu entender que só poderemos ter consensos neste processo se existir cedência quer seja da parte do Governo ou da RENAMO para que realmente se chegue ao verdadeiro acordo, uma vez que estamos em ano eleitoral e um dos grandes pontos de impasse é a propalada lei eleitoral com a já famosa paridade no meio.

Mais não disse!

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