segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Manifestos políticos e suas promessas




As eleições representam na sua essência um momento ímpar de exercício da verdadeira cidadania num Estado de Direito.
Uma eleição é todo o processo pelo qual um grupo ou partido político designa um ou mais de um de seus integrantes para ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano, concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes dos interesses da colectividade.

Estamos na segunda e derradeira semana da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 20 de Novembro, com a participação de vários partidos a nível das 53 autarquias, onde os candidatos prometem de tudo e mais alguma coisa para que sejam eleitos. As promessas que tem sido feitas representam um desafio para todo aquele que é potencial eleitor fazer uma análise crítica e consciente do que cada um deles promete porque o processo de votação deve significar a governação do povo. Os eleitores devem acima de tudo concentrar o seu voto no manifesto político dos candidatos e não em "promessas vagas" que estes fazem, correndo risco de votar numa agenda estranha.
O manifesto representa um texto de natureza persuasiva, uma declaração pública de princípios e intenções, que objectiva solucionar um problema ou fazer a denúncia pública de um problema que está ocorrendo, normalmente de cunho político. O manifesto destina-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada acção. Nos nossos processos eleitorais, a questão dos manifestos eleitorais escritos devia, no meu entender, ser um elemento obrigatório e de disponibilização gratuita de todos os candidatos aos seus eleitores com capacidade de leitura quando chega à fase da campanha eleitoral, pois, os munícipes precisam saber em que programa de governação estão realmente a votar e dessa forma poder fazer o devido acompanhamento ou monitoria do processo para posterior responsabilização e prestação de contas do que foi feito ou não a luz do manifesto.

O manifesto deve ser a Bíblia dos eleitores antes, durante e após o processo eleitoral, os eleitores não podem votar em pessoas ou em gratificações como capulanas e camisetes que lhes são oferecidos. Em Moçambique, os manifestos políticos parecem segredos dos deuses dos candidatos e muitos dos que votam não se interessam pelas promessas escritas, mas sim pelas promessas orais, e isso não permite fazer um juízo claro do que aquele candidato fez durante a campanha eleitoral excluindo dessa forma a participação do cidadão do processo de governação, correndo o risco de um dia votar num candidato que promete sonhos sem realização.

Contudo, vai o meu apelo para que todos aqueles com idade activa para exercerem o seu direito de voto, estejam a par dos manifestos eleitorais apresentados pelos candidatos e dirijam-se as urnas, porque é onde realmente se governa como povo. Que a campanha eleitoral decorra de forma ordeira, a votação idem, bem como o processo de contagem e posterior publicação dos respectivos resultados.

O teu voto conta!

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