Antes de entrar na essência deste artigo torna-se
pertinente traçar algumas bases sobre o que é redistribuição de riqueza, este
pressupõe a forma como a riqueza produzida dentro de um país num determinado
tempo é alocada aos diferentes escalões da sociedade, de preferência os mais
desfavorecidos através de edificação de infra-estruturas sociais e prestação de
melhores serviços públicos
Um país pode ser muito rico e seus habitantes muito
pobres, ou pode não ser tão rico e seus habitantes desfrutarem de um padrão de
vida superior ao de um país que tenha uma renda elevada. O que determina essa
diferença é o perfil da distribuição de renda, ou seja, como a riqueza total
que é produzida num país se distribui entre os habitantes.
É comum ouvir, portanto muitos discursos na nossa
sociedade que se referem repetidamente com certa preocupação a questão de redistribuição
de riqueza no país com um especial enfoque a questão dos recursos minerais que
tem despontado e relançado Moçambique em todos os cantos mundo. Porém, é
preciso entender que o grande inconveniente aqui não se relaciona apenas com
estes recursos, pois estes não são e nem serão no meu ponto de vista os que
mudarão a vida dos Moçambicanos, pelo contrário poderão os mesmos trazer
problemas se olharmos para eles como a única porta “dourada” para resolver
aqueles que são os nossos problemas sociais. Fala-se hoje que os recursos devem
de forma explicita beneficiar os Moçambicanos, certo, é correcto que assim
seja, mas também é importante que se olhe para o real valor que traduzem os
investimentos até ao momento feitos no país.
Não quero tirar mérito para os que advogam à aparente
má redistribuição de riqueza no país, mas quero apenas lembrar que o
desenvolvimento tem um preço e exige sacrifício e para um país como Moçambique
que não tem nenhum “know-how” em matéria de exploração de recursos minerais,
não tem capital financeiro público nem privado de fazer a auto-exploração, não
tem conhecimento de mercado para comercializar esses recursos e muito menos
recursos humanos qualificados para fazer os trabalhos técnicos de prospecção
dos recursos concluo que seja ainda muito mais complicado falar-se uma
redistribuição equitativa da riqueza.
Contudo, o grande problema que aqui se coloca não é a
exploração estrangeira que é vista como dilapidadora dos recursos nem a má
redistribuição da riqueza, mas sim o simples facto de quem de direito no
momento de concessão de títulos de prospecção que fique bem claro de quanto e
como vai ganhar com este ou aquele investimento para que isto amanhã se reverta
para os Moçambicanos e efectivamnete a redistribuição de riqueza exista na colectividade
e não um grupo de indivíduos.
Mais não disse!
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