Você já deve ter ouvido falar de Internet das Coisas. Pode ter
certeza: você ouvirá muito mais.
O termo descreve um cenário em que
numerosos objectos do seu dia a dia estarão conectados à Internet e se
comunicando mutuamente. Mas o que exactamente isso quer dizer? Essa
conectividade toda é necessária? Como tantos objectos distintos estarão
conectados? Qual a importância disso para o nosso quotidiano? Você
encontrará as respostas para essas e outras perguntas se continuar a ler
este texto.
A Internet das Coisas — ou Internet of Things (IoT)
Internet das Coisas é uma tradução literal da expressão em inglês Internet of Things (IoT).
Em português, o nome mais adequado poderia ser algo como “Internet em
Todas as Coisas”, mas, no fundo, isso não tem importância: o que vale
mesmo é entender e usufruir da ideia. Para tanto, faça um rápido
exercício: tente se lembrar dos objetos que você usa para se conectar à
internet. Smartphone, tablet, notebook, desktop. Você utiliza pelo menos
um desses dispositivos, certo?
Mas há outros equipamentos que se conectam à internet para realizar
actividades específicas. Quer um exemplo? Câmeras de segurança que, por
estarem on-line, permitem que uma pessoa monitore a sua casa à distância
ou vigie a sua loja quando o estabelecimento está fechado.
Agora imagine um cenário em que, além da sua TV, vários objectos da
sua casa se conectam à Internet: geleira, máquina de lavar, forno de
micro-ondas, sistema de som, lâmpadas, enfim. A ideia não é,
necessariamente, fazer com que você tenha mais um meio para se conectar à
Internet. Pense, por exemplo, no quão impraticável deve ser acessar um
portal de notícias em uma tela acoplada à porta da sua geladeira. Não é
uma função que a gente espera desse electrodoméstico.
A proposta é outra: a conectividade serve para que os objectos possam
ficar mais eficientes ou receber atributos complementares. Nesse
sentido, a tal da geleira com Internet poderia te avisar quando um
alimento está perto de acabar e, ao mesmo tempo, pesquisar na Internet
quais mercados oferecem os melhores preços para aquele item.
Também serve para escritórios, hospitais, fábricas, ruas e mais
É possível que, pelo menos actualmente, você não tenha muito
interesse em ter uma casa amplamente conectada. Sob esse ponto de vista,
a Internet das Coisas pode não parecer lá muito relevante. Mas é um
erro pensar que o conceito serve apenas para o lar: há aplicações não
ligadas ao ambiente doméstico em que o conceito pode trazer ganho de
produtividade ou diminuir custos de produção, só para dar alguns
exemplos. Vamos a outros mais detalhados:
– Hospitais e clínicas: pacientes podem utilizar
dispositivos conectados que medem batimentos cardíacos ou pressão
sanguínea, por exemplo, e os dados colectados serem enviados em tempo
real para o sistema que controla os exames;
– Agropecuária: sensores espalhados em plantações
podem dar informações bastante precisas sobre temperatura, unidade do
solo, probabilidade de chuvas, velocidade do vento e outras informações
essenciais para o bom rendimento do plantio. De igual forma, sensores
conectados aos animais conseguem ajudar no controle do gado: um chip
colocado na orelha do boi pode fazer o rastreamento do animal, informar
seu histórico de vacinas e assim por diante;
– Fábricas: a Internet das Coisas pode ajudar a
medir em tempo real a produtividade de máquinas ou indicar quais
sectores da planta precisam de mais equipamentos ou suprimentos;
– Lojas: prateleiras inteligentes podem informar em
tempo real quando determinado item está começando a faltar, qual produto
está tendo menos saída (exigindo medidas como reposicionamento ou
criação de promoções) ou em quais horários determinados itens vendem
mais (ajudando na elaboração de estratégias de vendas);
– Transporte público: usuários podem saber pelo smartphone
ou em telas instaladas nos pontos qual a localização de determinado
autocarro. Os sensores também podem ajudar a empresa a descobrir que um
veículo apresenta defeitos mecânicos, assim como saber como está o
cumprimento de horários, o que indica a necessidade ou não de reforçar a
frota;
– Logística: dados de sensores instalados em
camiões, contentores e até caixas individuais combinados com informações
do trânsito, por exemplo, podem ajudar uma empresa de logística a
definir as melhores rotas, escolher os camiões mais adequados para
determinada área, quais encomendas distribuir entre a frota activa e
assim por diante;
– Serviços públicos: sensores em lixeiras podem
ajudar a prefeitura a optimizar a colecta de lixo; já carros podem se
conectar a uma central de monitoria de trânsito para obter a melhor rota
para aquele momento, assim como para ajudar o departamento de controle
de tráfego a saber quais vias da cidade estão mais movimentadas naquele
instante.
Internet das Coisas: exemplos reais
Nest
A Nest talvez seja o exemplo mais
difundido de um ecossistema de Internet das Coisas. Criada em 2010, a
empresa desenvolve dispositivos inteligentes para casas e escritórios.
Os produtos que trouxeram grande visibilidade à companhia são
termostatos e detectores de fumaça que se integram a smartphones
por meio de aplicativos específicos. O termostato ajusta a temperatura
do local automaticamente e pode, por exemplo, aprender os horários que o
usuário costuma sair e chegar em casa para fazer adequações condizentes
com essa rotina.
Philips Lighting
Outro exemplo bastante difundido é o da Philips. A companhia possui
uma divisão que desenvolve lâmpadas LED inteligentes. Chamadas de Hue, essas lâmpadas podem ser configuradas pelo smartphone para mudar a intensidade e as cores da iluminação para deixar o ambiente mais confortável para cada situação.
FitBit
A FitBit é uma companhia que
produz dispositivos voltados para saúde e monitoria de actividades
físicas, como balanças, pulseiras e relógios inteligentes. Os dados
obtidos por esses dispositivos (batimentos cardíacos, distância
percorrida, quantidade de passos, entre outros) são sincronizados com o smartphone e podem ser partilhados nas redes sociais.
Referências:
- Info Wester – O que é internet das coisas? | Disponível aqui
- Greengard, Samuel. The Internet of Things
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