Nos dias que correm o debate sobre a violência doméstica domina muitos cafés e grupos de bate-papo.
Há uma maior incidência para este fenómeno depois da denuncia de alguns
casos que afectaram os homens (2016: mulheres 60%, crianças 30% e
homens 10%) e muito recentemente com a sentença do caso Josina Machel.
Não
quero comentar sobre nenhum julgamento, nem sobre um caso em concreto,
mas quero simplesmente manifestar a minha inquietação sobre uma
realidade que tende a crescer relacionada com o que eu chamaria de ‘’feminismo cego’’ usado para defender algumas posições moral e socialmente inaceitáveis.
O
‘’feminismo cego’’ é caracterizado por uma grosseira tentativa de
inversão de papéis e não igualdade dos mesmos consubstanciado na
famigerada e propalada emancipação.
Hoje podemos ver mulheres que
não aceitam a sua feminilidade e os seus limites pois o feminismo disse
que “podem fazer tudo”, “são Deusas”, mas ao mesmo tempo são as mesmas
mulheres que podem praticar alguns males contra outras e outros e se
refugiarem no propalado feminismo.
Sou da opinião que o lugar de
uma mulher é onde ela quiser, inclusive fora do feminismo. Não há
desculpa que permita que uma ideologia oprima um ser humano. Não importa
o quanto você estudou sobre o feminismo. Nenhuma linha do que você
estudou serve como fulcro para você querer obrigar outras mulheres a
concordar com suas ideias.
Quando o feminismo começa a ser tratado
como religião, ofendendo, criticando, apontando o dedo e agredindo
homens e mulheres que não concordam com as ideologias feministas,
automaticamente, o feminismo perde a sua razão de ser. Estas mulheres
estão a prestar um desserviço ao movimento feminista e prejudicando as
mulheres.
Em 2014, Emma Watson (actriz, modelo e activista,
notória por interpretar Hermione Granger nos filmes da série Harry
Potter) disse na ONU Mulheres algumas palavras que não me vou esquecer :
“Eu tenho percebido que lutar pelo direito das mulheres têm se tornado
sinónimo de odiar os homens. Se existe uma coisa de que tenho certeza
nessa luta, é de que isso tem que parar.”
Para terminar, deixo
claro que eu não pertenço a nenhum "ismo" porque por vezes os ‘’ismos’’
são traiçoeiros. Faça o melhor que você puder pelo seu semelhante, não
importa a cor, sexo, religião ou condição social, e você já estará num
caminho de luz e desenvolvimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário