Sabendo que no momento que publico este texto (29/07/2016), os mediadores internacionais regressaram aos seus países de origem por forma a dar tempo às duas delegações a fim de se prepararem melhor para o diálogo, decidi elencar quatro questões que penso serem essenciais para que os mediadores voltem no dia 8 de Agosto e encontrem um ambiente diferente daquele que deixaram:
1. Cedências - esta é uma das expressões quase inexistente no vocábulo dos nossos políticos, podemos crer que se os nossos políticos não cederem as suas convicções e ambições políticas não teremos PAZ, e para que isto mude é preciso que haja duas coisas: confiança e tolerância mútuas;
2. Flexibilidade - os dois beligerantes não entendem o que querem no actual diálogo, daí que não se preocupam com o tempo que estas discussões vão levar. As duas delegações não entendem o que significa ser flexível, dialogam sem resultados e metas previstas;
3. Secretismo - essa é a forma como devemos caracterizar o nosso diálogo desde o Acordo Geral de Paz (1992), não sabemos o que os políticos discutem concretamente no actual diálogo, apenas somos brindados com comunicados no final de cada sessão. Fazem do diálogo uma conversa de quarto, por isso isto nunca vai andar se estes dois continuarem a usurparem o destino dos moçambicanos;
4. Humanismo - esse é outro princípio que está em falta nos nossos políticos, é impossível que o diálogo tenha algum avanço num país em que continuam a existir matanças na estrada. Não sei como podem conseguir dialogar num ambiente sangrento e de mortífero.
Portanto, os mediadores podem voltar aqui no dia 8 de Agosto ou dia 8 de Dezembro, mas se nós como actores principais não mudarmos, NÃO haverá paz aqui.
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