O que me move neste artigo já foi
demasiadas vezes referenciado em fóruns diversos, a questão do conflito
político-militar que se vive no país e mais concretamente zona Centro continua
a ser uma grande tônica de preocupação de muitos moçambicanos.
Decorrido mais de um ano que se
escalou o conflito, ventos das pombas da paz estão cada vez mais longe de
pousar na Zona Centro do país.
Estamos perante um cenário anormal
de conflito em Moçambique onde encontramos quatro esferas que se destacam neste
cenário de “guerra” não declarada. Encontramos numa primeira esfera as
delegações do Governo e da Renamo que se reúnem todas as segundas-feiras para discutir e procurar soluções para a Paz,
contudo, volvidas rondas variadas não se vislumbrou nenhum sucesso.
Outra vertente desse conflito é a
troca de palavras e procura de protagonismo que se verifica entre o Presidente
da República e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. De um lado, o presidente da
República referiu e voltou recentemente a fazê-lo dizendo que ele está aberto a
Paz, está aberto a receber o líder da Renamo, mas este é que se escapa, e a
última decisão depende do mesmo. Contudo, de outro lado já ouvimos reiteradas
vezes Afonso Dhlakama dizer que o maior culpado deste cenário é o Presidente da
República e ele está disposto a encontrar-se com o presidente da República,
embora imponha condicionalismos.
Outra manobra do conflito são as
bancadas parlamentares dos dois partidos que convivem juntos na chamada casa do
povo, discutido e aprovando leis como se nada estivesse a acontecer no país.
Surgem apenas em discursos a deplorar o conflito, mas nunca moveram atitudes
tendentes a mostrar grande preocupação em resolver o conflito.
Em última instância temos a ala mais
triste deste conflito, os homens armados da Renamo e o Exercito Governamental
nas usas diferentes forças. Dia após dias registam-se nos últimos dias
conflitos sem trégua que ceifam moçambicanos civis que em nada tem a ver com
esse conflito, os transportadores andam a conta gotas, o comércio naquela zona
não existe.
O mais agravante de todo este cenário é
que estamos num ano eleitoral e com o calendário de eleições já em curso. Portanto,
os dois maiores partidos, nomeadamente Frelimo e Renamo já estão na caravana
das eleições onde estão em época de escolha de candidatos à deputados e
pré-campanha, contudo custa-me acreditar que os líderes desses dois partidos
não consigam até a esta altura chegar há um consenso prático. Nós queremos eleições
sem violência!
É hora de sair do discurso, parar de
procurar o protagonismo e culpados e ir para acções concretas urgentes porque
enquanto os nossos políticos ensaiam em terminar com o conflito, vidas se
perdem no troço da morte.
Mais não
disse!
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