O que
suscita a publicação deste artigo é o perfil dos políticos que tem-se vindo a
desenhar no cenário político moçambicano aliado a forma de fazer política tendo
como fim último o benefício meramente individual.
Max
Weber fez a distinção de dois perfis de políticos, os que vivem da política e
outros que vivem para política. O político que vive da política não possui
recursos materiais para a sua subsistência para além dos recursos providos da
própria actividade política.
Sua actuação pública se confunde com uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de classes, mas também pela conquista de meios de conseguir renda, o que de alguma forma prejudica a capacidade de distanciamento para a análise racional dos problemas de seu quotidiano enquanto profissional da política, e por sua vez o político que vive para a política representaria o tipo ideal no âmbito de atributos do político vocacionado, pois sua independência diante da remuneração própria da actividade política significa, também, uma independência de seus objectivos no decorrer da vida pública.
Sua actuação pública se confunde com uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de classes, mas também pela conquista de meios de conseguir renda, o que de alguma forma prejudica a capacidade de distanciamento para a análise racional dos problemas de seu quotidiano enquanto profissional da política, e por sua vez o político que vive para a política representaria o tipo ideal no âmbito de atributos do político vocacionado, pois sua independência diante da remuneração própria da actividade política significa, também, uma independência de seus objectivos no decorrer da vida pública.
Sua
conduta pode estar voltada para a busca de prestígio, honra, ideais, ou até
mesmo do “poder pelo poder”, mas não tomaria como prioridade a busca por
recompensas financeiras em decorrência da profissão política, pois já disporia
de recursos materiais suficientes.
Estes
perfis encontram-se estreitamente ligados a questão da vocação que deve ser um
elemento primordial para o exercício desta actividade, mas é com alguma
insatisfação que alguns políticos moçambicanos usam a política como o “trampolim”
social e económico e como forma de manter o seu “status quo” numa
sociedade onde se precisam políticos capazes de olhar para as massas do que
para si próprios e esquecendo-se que é a custa das massas que os mesmos “vivem
da política e não para política”.
Aliado
a este aspecto surge também à questão do poder e da ética que tal com Max Weber
afirma: “...A função avassaladora do Poder, e a procura incontrolada pelo
prazer em ter, é tido como compulsão em fazer aquilo que fere a conduta moral e
a própria condição ética”, o poder é fundamental para a conquista de
um patamar, mas, a ética que é o princípio fundamental para o exercício de
qualquer acção em prol da sociedade.
Recentemente
aconteceram no país dois momentos marcantes, um passou pela alteração dos artigos 24 e 25 do
Estatuto e Previdência do Deputado, bem
como aumento de regalias para Ex-presidentes da Assembleia da República, e
outro foi no dia 29 de Abril que culminou com a aprovação e divulgação do novo
reajuste salariar onde o sector das pescas é o que menos beneficiou
desses rejaustes. Refira-se que os representantes do “povo” ganham, no
mínimo, 68.273,50 meticais. Isto é, um pouco mais do que 27 vezes o valor
pecuniário que é pago ao cidadão que menos ganha no país.
Estes
cenários acima referidos acima são um tremendo contraste de o que é viver numa
sociedade que se projecta uma justiça social. Num país em que o salário mínimo
para a função pública é de 3.240 Meticais não cabe em muitos por que cargas de
água os ex-deputados necessitam de tantas regalias mesmo depois deste se
desvincularem da sua função de legislador.
Não
existe em nenhuma parte do mundo onde se vai dizer categoricamente que o
salário é justo para suprir as necessidades quotidianas, mas é inaceitável que
aqueles que deviam velar por nós como “povo” andam em conluio e pensam somente
nos seus umbigos para a obtenção de aposentadorias de luxo.Não
passa necessariamente por fazer uma comparação entre os “servidores” do povo e
o resto da sociedade, aliás, os deputados merecem a melhor consideração seja
aqui ou fora do país, mas essa demonstração desmedida de ambição pelo luxo fere
com o orgulho de qualquer moçambicano que dia após dia luta não para viver, mas
sim para sobreviver.
Sem
dúvidas que os nossos servidores estão a viver da política o que é claramente
um jogo de interesses, onde diversos actores aliados a uma máquina política
fazem das suas para “dar nas vistas” e dessa forma ver a sua hegemonia mais
ressalvada e desta forma, e claramente este cenário trás a tona o problema da
representatividade vs democracia. É
óbvio que ninguém vive apenas para a política, os nossos só se servem, ou seja,
vivem da política e não para a política.
a historia das regalias do PR e dos deputados é engracada. chego a pensar que seja um jogo politico. ora vejamos: Primeiro aprovam as regalias para a reforma do PR e de seguida o estatuto do Depuatado, coisa interessante, primeiro tinham que fazer passar a do PR e de seguida deles proprios. hum... chego a pensar o seguinte: que a Frelimo está com medo de levar um xequemate nas proximas eleicoes e caso isso aconteca, o próximo que ascender ao poder, encontrará os cofres bem vazios e a cupula actual bem feito na vida. kikikik
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