As
eleições representam na sua essência um momento ímpar de exercício da
verdadeira cidadania num Estado de Direito.
Uma eleição é todo o processo pelo qual um
grupo ou partido político designa um ou mais de um de seus integrantes para
ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o processo
que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder
soberano, concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem
o papel de representantes dos interesses da colectividade.
Estamos
na segunda e derradeira semana da campanha eleitoral para as eleições autárquicas
de 20 de Novembro, com a participação de vários partidos a nível das 53 autarquias,
onde os candidatos prometem de tudo e mais alguma coisa para que sejam eleitos.
As promessas que tem sido feitas representam um desafio para todo aquele que é
potencial eleitor fazer uma análise crítica e consciente do que cada um deles
promete porque o processo de votação deve significar a governação do povo. Os
eleitores devem acima de tudo concentrar o seu voto no manifesto político dos
candidatos e não em "promessas vagas" que estes fazem, correndo risco
de votar numa agenda estranha.
O manifesto representa um texto de natureza persuasiva, uma declaração pública de
princípios e intenções, que objectiva solucionar um problema ou fazer a
denúncia pública de um problema que está ocorrendo, normalmente de cunho
político. O manifesto destina-se a declarar um ponto de vista, denunciar um
problema ou convocar uma comunidade para uma determinada acção. Nos nossos
processos eleitorais, a questão dos manifestos eleitorais escritos devia, no
meu entender, ser um elemento obrigatório e de disponibilização gratuita de
todos os candidatos aos seus eleitores com capacidade de leitura quando chega à
fase da campanha eleitoral, pois, os munícipes precisam saber em que programa
de governação estão realmente a votar e dessa forma poder fazer o devido
acompanhamento ou monitoria do processo para posterior responsabilização e
prestação de contas do que foi feito ou não a luz do manifesto.
O
manifesto deve ser a Bíblia dos eleitores antes, durante e após o processo
eleitoral, os eleitores não podem votar em pessoas ou em gratificações como
capulanas e camisetes que lhes são oferecidos. Em Moçambique, os manifestos
políticos parecem segredos dos deuses dos candidatos e muitos dos que votam não
se interessam pelas promessas escritas, mas sim pelas promessas orais, e isso
não permite fazer um juízo claro do que aquele candidato fez durante a campanha
eleitoral excluindo dessa forma a participação do cidadão do processo de
governação, correndo o risco de um dia votar num candidato que promete sonhos
sem realização.
Contudo,
vai o meu apelo para que todos aqueles com idade activa para exercerem o seu
direito de voto, estejam a par dos manifestos eleitorais apresentados pelos
candidatos e dirijam-se as urnas, porque é onde realmente se governa como povo.
Que a campanha eleitoral decorra de forma ordeira, a votação idem, bem como o
processo de contagem e posterior publicação dos respectivos resultados.
O
teu voto conta!
Sem comentários:
Enviar um comentário