segunda-feira, 16 de novembro de 2015

No dia em que discutiu-se mais sobre a bandeira da França do que os ataques de Paris

Desde a última sexta-feira (13) que se deram os ataques de Paris, muita informação começou a surgir na media, com destaque para os medias sociais (Facebook e Twitter).

Contudo, no lugar de se discutir os ataques em si, emergiu um novo debate sobre os “mais” e “menos” solidários com os atentados de Paris. Ou seja, começaram a surgir os "falsos moralistas" e "nacionalistas - patriotas da ocasião", o que em certa medida ecoou um chamariz ao racismo.

Onde, os primeiros são aqueles que se solidarizam com a luta contra o terrorismo e com o actual caso de Paris e os outros que só olham para os seus umbigos e começam a defender Moçambique/África com discursos de que sempre apoiaram as causas nacionais e continentais, ao contrário dos outros. Mas, o engraçado é que fazem-no somente quando se deparam com este caso em particular.


Eu penso que em momentos como estes não adianta comparar quem é mais solidário que o outro, muito menos trazer exemplos de Moçambique, Kenya, Nigéria ou Beirute, pois, não haverá consenso sobre quem é mais importante quando a questão é central é a vida humana.



A discussão sobre 'patriotismo e nacionalismo' sempre trouxe debates apaixonados, uns querem mostrar que são mais solidários que os outros colocando a foto da bandeira Francesa no perfil através de uma aplicação do Facebook e outros querem mostrar que são mais patrióticos e Africanos que os outros partilhando fotos de Nigéria e Kenya, etc.



O The New York Times publicou um artigo sobre o sentimento desigual de tratamento dos casos em comparação com Paris. Num mundo capitalista e globalizado existirão sempre essas divergências - os que mandam e os que obedecem - os mas importantes que outros, mas, o que devemos saber é que a vida não tem preço, muito menos ordem de importância - devemos fazer a nossa parte, seja por África, Europa, Ásia ou seja quem for.

Prefiro terminar com a frase: “Je suis le monde.”

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